quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Dia de Peão

Dia de Peão


Os Peões de minha estância.
Levantam cedito.
Dá logo uma espiadinha.
Para ver ao longo do campo.
A geada bem branquinha.

É o inverno, efeito da friagem.
Que causa a  fria geada.
Cobrindo a relva tudo de gelo.
Ao longo da madrugada.




O Peão veste seu pala.
Para enfrentar o frio.
Que por vezes é tão intenso.
Congelando até a água do rio.

Depois, sorrindo faceiro, encilha o cavalo.
E sai para a lida campeira.
Se despede de sua linda Chinoca.
Que lhe abana, já com saudade, de cima porteira.

Parte galopando e ao lado seu cusco.
Melhor amigo e companheiro.
Que é fiel, não lhe abandona.
Sempre perto, na quarda, o dia inteiro.

A tardinha a linda Chinoca.
Se arruma, se enfeita, fica toda bonita.
Coloca água de cheiro e flor no cabelo.
E põe seu mais bonito vestido de chita.

A trotito vai  sorridente esperar a volta.
Do seu Peão muito amado.
Que ao chegar sente logo o desejo.
E de maneira gaucha dá-lhe um beijo.
Ali mesmo na beira do alambrado.

Depois lá dentro, no aconchego, do velho rancho.
Ficam, no calorzinho, em volta do fogão.
Proseiam,  saboreando um gostoso chimarrão.
Entre causos e prozas, esta a satisfação.
E a honra de ser gaúcho, e viver a tradição.

O sol vai se escondendo no horizonte do pampa.
A chinoca prepara uma janta baguala.
O peão pega sua linda chinoca pela mão.
O resto da noite, será brindada.
Em uma cama, pena, palha em forma de colchão.

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